quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Calculando o preço do seu trabalho

Esse cálculo foi utilizado no caso de trabalhos bordados...
Mas fica a dica, que serve pra outros tipos de artesanatos também...




Se os tempos estão difíceis, e aquele "dinheirinho" extra cairia como uma luva, deixe seus bordados um minuto de lado e aprenda a calcular quanto você pode ganhar fazendo o que mais gosta!

O prazer de bordar não tem preço, embora é sempre bom uma renda extra para incrementar o orçamento doméstico. E então vem a clássica questão: Como tornar isto real? Nem sempre na hora de vender nosso trabalho usamos o método mais indicado para calcular os valores de nossas peças bordadas. Justamente por se tratar de uma economia informal, não existe orientação específica à este tipo de comércio. Seguindo a valiosa orientação do consultor do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Júlio César Durante, aprenda a calcular quanto custa o seu produto e quanto você pode ganha com ele.

Vamos começar:

- Inicie a jornada questionando e buscando incansavelmente informações que venham de encontro ao seu empreendimento. A primeira pergunta é simples, porém a mais importante: O que eu gosto de bordar? Panos de prato, jogos de banho, jogos de lençol, enxoval de bebê? Fazer o que realmente se gosta é a melhor garantia do sucesso. Definido o produto, é a vez de saber quem é o comprador e quais são as suas necessidades.

- Lápis e papel na mão, anote a quantidade exata de material usado em cada produto. Centímetros são importantes, e não devem ocorrer desperdícios. Pesquise fornecedores, verifique as melhores condições de pagamento, descontos e prazos. Lembre-se: Nem sempre o mais barato rende mais... A qualidade é a alma do negócio. Mas isso não é tudo. "Às vezes esquecemos de incluir os gastos com a energia elétrica usada, o aluguel, o telefone, os impostos e até o café para a cliente. Tudo isso custa dinheiro e tem que ser incluído no valor", lembra Júlio César Durante. Outros pontos a considerar no custo: Transporte, embalagens, correio, artigos de papelaria e todos os ítens geradores de despesas que denominaremos como investimento operacional.

- Uma vez anotado os custos, o próximo passo é calcular o valor de mão de obra. Esta é com certeza a etapa mais delicada, pois não existe uma regra geral, valendo muito mais o bom senso aliado à concorrência do mercado. O ideal, então é montar uma tabela de trabalho, cruzando dados como quantidade de pontos e de cores, grau de dificuldade e centímetros bordados. Somados todos estes itens, chega ao valor de custo. É preciso ainda acrescentar 30% referente ao lucro, obtendo-se o valor de venda. Outra fórmula é somar todos os custos e dividir por 0.8. Por exemplo, se você quer comercializar panos de prato, bordando um motivo com apenas duas cores e fazendo o acabamento com um babado de fita, sem embalagens e sem custos de transporte ou correio. Siga o exemplo da tabela abaixo, que formatada em fichas, pode servir de orientação na hora de calcular seus custos:

Material:

Pano de copa: R$ 2,50.
Duas meadas de linha: R$ 0,80.
1m de fita com 3cm: R$ 1,00.
1º sub-total: R$ 4,30.


Investimento operacional:

Luz*: R$ 0,08.
Telefone**: R$ 0,16.
2º sub-total: R$ 0,24.

Valores hipotéticos para exemplificação:
* Conta/mês = R$ 30,00 divididos por 30 dias = R$ 1,00.
R$ 1,00 (Dia) dividido por 24h = R$ 0,04/Hora.
Horas usadas: 2 x R$ 0,04 = R$ 0,08.
** 1 impulso = R$ 0,08 / 2 impulsos usados para venda por peça = R$ 0,16.


Mão de obra:

Horas usadas: 2h.
Mão de obra*:R$ 2,00.
3º sub-total de custos: R$ 2,00.

* Na sua suposta tabela, cada ponto bordado custa R$ 0,01 e o trabalho tem 200 pontos.


Soma de custos das fichas:

Material: R$ 4,30.
Investimento operacional: R$ 0,24.
Mão de obra: R$ 2,00.
Total de geral de custos: R$ 6,54.


Valor de venda:

Aplicando a regra: Valor de custo dividido por 0.8
R$ 6,54 divido por 0.8 = R$ 8,17.
Valor de venda: R$ 8,17.

Ou então, calcule 30% sobre o custo:
R$ 6,54 x 30% = R$ 1,96 + R$ 6,54 = R$ 8,50

Pronto! Já temos o valor do produto a ser comercializado. Vale a pena lembrar que existem casos diferenciados, como as grandes encomendas ou venda por atacado. Nesta hora, é interessante buscar a orientação junto aos órgãos como o SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a SUTACO (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades) ou o Programa de Artesanato Brasileiro. Outra solução para baratear custos e unir forças é a formação de associações ou cooperativas. Pense, analise, faça orçamentos, pondere quais as peças que você pode fazer e comercializar e outras com que vale a pena trabalhar sobencomenda. Mas lembre-se: O carinho é a sua melhor garantia de boas vendas!

Esta dica foi tirada do blog da Camila Martins.